blog sobre micologia médica

Patologia Clínica CHUC Coimbra Portugal

Fusarium dimerum keratitis

Artigo publicado: Fusarium dimerum - um caso de queratite.
Artigo publicado: Rinosinusite induzida por Schizophyllum radiatum

Artigo publicado: Chronic invasive rhinosinusitis by Conidiobolus coronatus, an emerging microorganism

Artigo publicado: Antifungals: From Pharmacokinetics to Clinical Practice

quinta-feira, 11 de julho de 2013

NEOSCYTALIDIUM HYALINUM



O N. hyalinum é responsável por infecções da planta dos pés, por onicomicoses e infeções sub-cutâneas (neste caso de origem traumática) em regiões de clima tropical.
São fungos responsáveis por dermatomicoses , termo que os separa das dermatofitoses provocadas pelos fungos dermatófitos. Em ambos os casos não há invasão pelo fungo de tecido vivo durante o processo fisiopatológico, muitos dos sinais que evidenciam a patologia são devidos aos produtos metabólicos produzidos.

Este fungo está englobado no grupo dos fungos coelomycetes, é a variadade hialina do Scytalidium dimidiatum. Coelomicetes significa que os conideos são produzidos dentro de um "saco" e não directamente para o exterior do organismos como acontece na grande maioria dos hifomicetes.

Não há muito tempo foi descrito como Hendersonula toruloidea e ainda mais recentemente passou de Scytalidium para Neoscytalidium. Há algumas décadas era também referenciado como a forma telemorfa da Natrassia mangiferae (hoje sabe-se que são espécies distintas). Todos estes nomes ainda são presença frequente na literatura o que pode provocar alguma confusão, as mudanças na taxonomia dos fungos são muito grandes e muito recentes.

A análise macroscópica revela colónias branco-acinzentadas de reverso amarelo-ocre, o crescimento é rápido acabando por preencher a placa de petri, e de textura lanosa.
A análise microscópica do micélio revela a presença de cadeias de artroconideos hialinos e ocasionalmente a presença de picnidia escuras em colónias velhas.

Colónia com 48 horas de incubação a 30 graus Celsius.


Colónia com 6 dias de incubação.



Colónia com 8 dias de incubação.




Reverso da colónia.

Colónia com 20 dias de incubação.







Artroconideos.





ONICHOCOLA CANADENSIS

ONICHOCOLA CANADENSIS

Este fungo foi isolado numa biópsia de lesão vesiculosa múltipla localizada no terço distal do membro superior. A localização anatómica das lesões sugeria o diagnóstico de esporotricose. A informação clínica fornecida ao laboratório conduziu a uma cultura, em tubo, com tempo de incubação prolongado em meio de Sabouraud com cloranfenicol. A terapêutica com itraconazol revelou-se eficaz.
A Onichocola canadensis é um fungo filamentoso hialino, septado (artroconidea), raramente isolado como responsável por onicomicoses e micoses da palma da mão e da plantas dos pés, mais raramente é isolado em lesões da pele com lesões papulares e vesiculares. O seu crescimento em laboratório é muito lento o que pode contribuir para culturas falsamente negativas.
As colónias são pequenas, brancas e com textura de algodão. O reverso da colónia é acastanhado.
Ao exame microscópico observam hifas septadas de modo a apresentar artroconidios cilindricos ou elipsoides
Cultura original com 37 dias de incubação a 30 graus Celsius.


Repicagem com 30 dias de incubação.




Repicagem com 6 dias de incubação.













Lesão na mão.

Lesão no dedo.

Lesão no antebraço. Últimas três fotografias : cedidas gentilmente pela Drª Neide Pereira.