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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

TRICHOPHYTON INTERDIGITALE


O  complexo Trichophyton mentagrophytes inclui cinco espécies - T. mentagrophytes, T. interdigitale, T. erinacei, T quinckeanum e T. benhamie, bem como nove genótipos diferentes de T. mentagrophytes / T. interdigitale - que são morfologicamente semelhantes.

Os membros do complexo de espécies Trichophyton mentagrophytes são agentes comuns da dermatofitose humana e animal. Nos seres humanos, causam tinea pedis, tinea unguium e também tinea corporis e tinea capitis altamente inflamatórias. A identificação de dermatófitos deste complexo com base na aparência macroscópica, juntamente com o exame microscópico das culturas, permanece muitas vezes difícil ou incerta devido a variações fenotípicas de um isolado para outro em termos de taxa de crescimento do micélio, cor (branca ou bege) e aparência (pulverulenta ou felpuda) da colónia, quantidade de microconídios, presença ou ausência de filamentos em espiral. Na rotina, os isolados com colónias felpudas/não pulverulentas, antropofílicos, obtidos a partir de escamas de pele do pé são geralmente designados por T. interdigitale 

Recentemente através de estudos moleculares com base na sequenciação da região ITS foi possível identificar vários genotipos diferentes  entre os fungos incluídos no complexo Trichophyton mentagrophytes/interdigitale.  
Através de estudos moleculares é licito considerar o T. interdigitale como uma espécie humanizada derivada do parente sexual Arthroderma vanbreuseghemii, ou seja uma espécie que perdeu a sua capacidade de formar cleistotecias férteis. 
Pode assumir-se que o nome T. interdigitale deve ser mantido no complexo T. mentagrophytes para isolados antropofílicos de tinea pedis e tinea unguium não inflamatórias

Um alerta:

Um agente patogénico emergente que causa dermatofitoses recalcitrantes na Índia e no mundo.
O T. indotineae, é um destes genótipos (genótipo VIII),  causa dermatofitose inflamatória e pruriginosa, frequentemente disseminada, que afecta as virilhas, a região glútea, o tronco e a face. Só pode ser identificado por sequenciação pelo que é frequentemente relatado como T. mentagrophytes ou T. interdigitale. A sua importância advém pelo facto de ser resistente aos antifungicos tópicos e à terbinafina oral e pelo fato de ser uma micose que começa a aparecer no mundo ocidental em pacientes vindo do Sul da Ásia. O itraconazol resolve a infeção. O uso da técnica malditof é incapaz de distinguir estas espécies.
A mudança na incidência epidemiológica bastante súbita de T. rubrum para T. indotineae, que se implantou em países do subcontinente indiano, especialmente na Índia, e em países vizinhos como os Emirados Árabes Unidos, Omã, Irão, entre outros, e que agora se está a propagar à Europa, não é apenas uma doença incómoda, mas está a tornar-se num problema de saúde pública devido ao número de indivíduos afectados e ao sofrimento que causa.

As imagens que se seguem ilustram um T. interdigitale.

Colónia com 8 dias de incubação.

Colónia com 8 dias de incubação.

Colónia com 8 dias de incubação.

Colónia com 8 dias de incubação.

Reverso de colónia com 8 dias de incubação.

Colónia com 8 dias de incubação (outra repicagem).

Colónia com 8 dias de incubação (outra repicagem).

Reverso

Colónia com 16 dias de incubação.

Colónia com 16 dias de incubação.

Colónia com 16 dias de incubação.

Reverso de colónia com 16 dias de incubação.

















CHAETOMIUM SPECIES


Os fungos pertencentes ao género Chaetomium são espécies fúngicas comuns com uma distribuição ubíqua a nível mundial e estão disseminados no solo e em materiais vegetais em decomposição.
As espécies de Chaetomium têm sido raramente descritas como agentes etiológicos de infecções invasivas e dermatomicóticas em seres humanos. A maioria dos casos foi registada nas últimas duas décadas.

Estão descritos casos de onicomicose e sinusite em indivíduos imunocompetentes e empiema, pneumonia e doença cerebral disseminada fatal em hospedeiros imunocomprometidos e em utilizadores de drogas intravenosas. No nosso laboratório foi isolada uma estirpe em secreções da árvore respiratória de um doente com fibrose quística. Recomenda-se o rastreio radiográfico da invasão do sistema nervoso central em doentes imunocomprometidos quando o Chaetomium tiver sido identificado noutros locais.

Colónia com 2 dias de incubação.

Colónia com 2 dias de incubação.

Colónia com 2 dias de incubação.

Reverso de colónia com 2 dias de incubação.

Colónia com 4 dias de incubação.

Colónia com 4 dias de incubação.

Reverso de colónia com 4 dias de incubação.

Colónia com 8 dias de incubação.
Colónia com 8 dias de incubação.

Reverso de colónia com 8 dias de incubação.

Colónia com 50 dias de incubação.
Colónia com 50 dias de incubação.