com o aparecimento dos novos antifúngicos vamos deixar de contar quantos morreram para começar a contar quantos sobreviveram.
É certamente uma frase um tanto redutora já que a infecção fúngica é um processo clínico muito complexo e variado que dificilmente se pode reduzir a algumas frases mais ou menos assertivas. Não contou com um facto que se tem verificado desde então que é o aumento do número de infecções por fungos até então desconhecidos da micologia médica bem como o aumento da frequência e gravidade das infecções provocadas pelas espécies mais conhecidas ou pelo aumento de espécies intrinsecamente resistentes a determinados antifúngicos.
Moral: a infecção fúngica não acaba aqui e agora.
Outra história.
Há um par de anos, num congresso europeu sobre micologia médica dois especialistas americanos cujos nomes também não recordo enfrentam, sentados na mesa dos conferencistas, as perguntas de uma vasta assembleia de interessados vindos de todos os cantos do globo. Antes que as perguntas comecem um deles resolveu desafiar o seu colega dizendo que tinha para lhe oferecer um, e só um, de dois presentes: a identificação à espécie do fungo responsável pela infecção ou em alternativa o teste de sensibilidade aos antifúngicos mas sem identificação à espécie. O segundo americano de imediato disse, como bom americano, que queria os dois mas preferiria a identificação correta até à espécie.
Moral: a fuga para a frente exigindo cada vez mais estudos analíticos pode não ser a única solução!
Recentemente, em 2022, num forum de discussão cientifica sobre a infeção fungica os palestrantes debatiam animadamente o interesse dos testes de sensibilidade na evolução clinica da infeção quando na assistência um dos micologistas mais respeitado se levanta e diz que nos seus doentes ele também pergunta ao doente se está a sentir melhorias clínicas, após alguns dias de terapêutica antifúngica, e a resposta do doente é importante.
A gestão dos fármacos na terapêutica da infeção fúngica tornou-se numa tarefa que necessita de cada vez mais conhecimentos científicos e sobretudo necessita de uma atualização permanente. A todo o momento são publicados resultados para cada antifúngico e para cada espécie de fungo patogénico. Há vários antifúngicos que devido à sua recente introdução no mercado ainda não estão completamente avaliados e algumas espécies devido à escassa casuística também não têm referências cientificas para todos os antifúngicos.
É atendendo a estas dificuldades que faço a seguinte colectânea de dados, até para o meu próprio interesse no dia-a-dia da minha actividade profissional.
ANTIFUNGICOS
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MECANISMO DE
ACÇÃO
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POLIENOS
Anfotericina
Nistatina
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Ligação selectiva ao ergosterol da membrana da célula
fúngica alterando a permeabilidade e produção de poros membranares conduzindo
a uma morte osmótica. A sua ligação ao colesterol é muito pouco significativa
(a membrana da célula fúngica é diferente das membranas das células dos
mamíferos porque o colesterol presente nestas é substituído pelo ergosterol.)
|
AZOIS
Ketoconazol
Miconazol
Fluconazol
Itraconazol
Voriconazol
Posaconazol
|
Bloqueio selectivo da síntese do ergosterol. A enzima
fúngica P450 é muito mais sensível que a presente nas células dos mamíferos..
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5-FLUCITOSINA
|
A enzima fúngica citosina desaminase transforma-a em
5-fluoracil que inibe a síntese do DNA. As células dos mamíferos não possuem
esta enzima.
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EQUINOCANDINAS
Caspofungina
Anidulafungina
Micafungina
|
Inibem a síntese do beta-glucan da parede da célula
fúngica. As células dos mamíferos não têm parede celular. Não há evidência de superioridade de uma sobre as outras mas a anidulafungina interfere com menor número de outros fármacos.
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GRISEOFULVINA
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Através da sua ligação aos microtúbulos corrompem os fusos
mitóticos inibindo a mitose celular. Os microtúbulos das células dos
mamíferos têm menor afinidade.
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ALILAMINAS (Terbinafina)
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Bloqueia a síntese do ergosterol inibindo esqualeno
epoxidase que não existe nas células dos mamíferos.
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QUANDO FAZER TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE?
Segundo a IDSA os laboratórios deverão fazer por rotina TSA para o fluconazol a todas as C. glabrata isoladas em hemocultura e outros produtos normalmente estéreis; deverá também ser feita para as outras Candida quando houver insucesso terapêutico ou quando houver forte suspeita dessa estirpe ser resistente ao fluconazol.
Actualmente, como a resistência da C. albicans é muito rara não recomendam a execução de TSA por rotina.
A susceptibilidade das Candidas aos antifúngicos é, de um modo geral, previsível se a identificação da espécie for conhecida.
Este documento refere ainda problemas na execução técnica dos TSA: difíceis, morosos e podendo haver diferenças nos resultados obtidos por diferentes metodologias. Os pontos de corte que definem resistência e sensibilidade também estão constantemente a ser actualizados o que pode dificultar a interpretação dos resultados.
IDSA (Infectious Diseases Society of America) guidelines 2009 (consulta a 10/4/2013)
www.idsociety.org
Segundo a EUCAST os testes de susceptibilidade deverão ser feitos quando a infecção é severa, refractária ao tratamento, em doentes previamente expostos a antifúngicos e quando estão em causa espécies raras. São também de executar para vigilância de resistências e para a execução de estudos epidemiológicos.
http://www.eucast.org/fileadmin/src/media/PDFs/EUCAST_files/AFST/EUCAST_EDef_7_2_revision.pdf 12/04/2013.
Actualmente existem vários sistemas analíticos (Neo-sensitabs, E test, Sensititre, Fungitest) para a execução dos TSA que garantem alguma qualidade nos resultados fornecidos. Todos eles requerem uma cultura positiva o que nem sempre é possível obter. Como a identificação da espécie do fungo é muitas vezes o bastante para predizer o perfil de susceptibilidade in vitro é necessário identificar quais as espécies que carecem e beneficiam com a execução de TSA. É ainda difícil de avaliar a relevância clínica dos resultados obtidos nos TSA.
Os testes de sensibilidade à anfotericina podem não ser confiáveis se se utilizar o meio RPMI.
A leitura dos testes no caso da anfotericina e da flucitosina deve ser feita no local onde a inibição é completa (100%). No caso dos azois deve ser feita no local que corresponde a 80% de inibição(inibição significativa). Pequenas colónias isoladas dentro da área de inibição devem ser ignoradas.
A leitura final do TSA fornece dois conceitos:
MIC - Concentração inibitória mínima: o resultado é obtido por leitura macroscópica de ponto
MEC - Concentração efectiva mínima: (apenas para equinocandinas) o resultado é obtido por
Se houver disponíveis na literatura pontos de corte (breakpoints) clínicos os MICs conduzem-nos aos conceitos seguintes:
Susceptibilidade (S): fungo inibido in vitro por uma concentração de fármaco que pode ser associada a alta probabilidade de sucesso terapêutico, está implícito o uso de concentrações de corte "breakpoint" correctas para cada espécie.
Susceptibilidade dose dependente (SDD): a susceptibilidade está dependente de se atingir o máximo nível sanguíneo do fármaco.
Intermédio (I): fungo inibido in vitro por uma concentração de antibiótico que implica alguma dúvida no sucesso terapêutico; está implícito que apenas altas doses de fármaco ou através de características farmacocinéticas que impliquem concentração do fármaco em determinados locais do organismo se obtenha algum sucesso.
Resistência (R): fungo inibido in vitro apenas por concentrações do fármaco não compatíveis com sucesso terapêutico; está implícito que a partir de determinada concentração os efeitos tóxicos ultrapassem e inviabilizem a acção terapêutica ou são mesmo concentrações impossíveis de alcançar.
Os MICs permitem também dividir as estirpes em "selvagens" (wild type) e em "não selvagens", permitindo assim identificar isolados com valores superiores aos de ECOFF (epidemiological cut off value - ECV) os quais são susceptíveis de possuírem mecanismos de resistências.
Estirpe selvagem (wild type): estirpe sem mecanismos de resistência adquiridos.
University of Adelaide , Mycology Online http://www.mycology.adelaide.edu.au a 15/04/2013
Conforme descrito (5 de Abril de 2013) na página da internet da Sociedade Espanhola de Enfermidades Infecciosas e Microbiologia Clínica:
A Candida albicans e a Candida parapsilosis são sensíveis ao fluconazol (C. albicans com resistências inferiores a 2%) estes resultados também são os que encontramos na nossa unidade hospitalar.
A Candida krusei é intrinsecamente resistente ao fluconazol.
A Candida norvegensis e a Candida inconspicua também são intrinsecamente resistentes ao fluconazol.
A C. parapsilosis e C. guilliermondii apresentam resistência ao tratamento por candinas (caspofungina, anidulafungina e micafungina).
A C. tropicalis e a C. glabrata apresentam com muita frequência resistência ao fluconazol e ao itraconazol
O Cryptococcus neoformans é resistente às candinas.
A C. krusei, a C. glabrata, a C. lusitania e o Trichosporon beigelii podem apresentar MIC >1mg/dL para a anfotericina B.
O resultado final das infeções invasivas de Candida krusei está frequentemente associado a altas taxas de complicações e mortalidade
No artigo https://doi.org/10.3109/13693780902725276 procurou-se confirmar ou infirmar a alegação que a exposição prolongada a antifúngicos em doentes com uma resposta de tratamento incompleta poderia levar às condições de seleção da resistência aos medicamentos nos múltiplos clones de Candida krusei.
- Concluiu-se que a exposição prolongada a antifúngicos não alterou os valores MIC.
- Concluíu-se que o desenvolvimento de resistência em Candida krusei durante o tratamento prolongado com antifúngicos pode não ser comum e o fracasso do tratamento dos nossos pacientes não foi provável devido ao desenvolvimento de resistência aos medicamentos pelo agente etiológico
- Foi descrita a reduzida suscetibilidade especialmente no que diz respeito ao voriconazol
Fluconazol
Anfotericina B
Candinas eficazes (100%) para C. albicans, C. tropicalis
Itraconazol
http://www.mycology.adelaide.edu.au/Laboratory_Methods/Antifungal_Susceptibility_Testing/astprofiles.html a 15/04/2013
FLUCONAZOL
(oral, parentérica)
Resistência adquirida: raros casos.
|
candidiase invasiva e das mucosas, candidiase genital,
dermatomicoseas, onicomicoses e criptococose meníngea.
Indicações para profilaxia: recidiva de criptococose meníngea,
recidiva de candidiase oro-faringea, esofágica ou vaginal, neutropenia
prolongada ou em receptores de HSCT.
Activo contra Candida (excepto krusei, norvegensis,)
Cândida glabrata pode adquirir resistência durante o tratamento.
Inactivo contra fungos filamentosos.
Não é eficaz na tinha capitis.
Em não neutropénicos tem eficácia comparável à anfotericina B na
terapêutica da candidemia.
Não está indicado na terapêutica empírica nos neutropénicos.
|
Bem tolerado
Em idosos ajustar a dose à função renal.
Não utilizar em simultâneo com terfenadine ou com fármacos que
prolonguem o intervalo QT
(eritromicina).
Cuidado com a dosagem de ciclosporina, tacrolimus, sirolimus,
everolimus,
|
ITRACONAZOL
(oral, parentérica)
Resistência adquirida é rara.
|
Activo contra leveduras e fungos filamentosos com excepção do Fusarium,
do Scedosporium e dos zigomicetes
Indicada na sporotricose e nas formas moderadas de histoplasmose e blastomicopse (fungos dimorficos).
É necessário TDM devido à imprevisibilidade da absorção e consequente
bio-disponibilidae.
Há referências do seu uso para fazer aumentar os níveis séricos de
tracolimus em transplantes hepáticos (P450)(TRACOLIMUS BOOST)
|
Gastrointestinais, cefaleias, alt. nas enzimas hepáticas, alt.
menstruais, neuropatia periférica e alergia.
Contra-indicada em idosos com doença cardíaca.
Potencia a warfarina.
Aumenta os níveis plasmáticos de tacrolimus, ciclosporina, inibidores
da protease, estatinas, bloqueadores dos canais de cálcio, digoxina,
quinidina, carbamazepina and pimozida.
Diminui os níveis plasmáticos de isoniazida, rifampicina e fenitoina
|
VORICONAZOL
(oral, parentérica)
Resistência adquirida é rara.
|
Activo contra Aspergillus, Fusarium, Scedosporium, Candida,
Cryptococos, Trichosporon, fungos dematiáceos e dimórficos.
Inactivo contra zigomicetes.
|
Os níveis séricos são significativamente reduzidos pelos indutores da
citocromo P-450.
Náuseas, vómitos, alt das enzimas hepáticas e distúrbios
oftalmológicos transitórios.
Evitar na insuficiência hepática grave.
|
POSACONAZOL
comprimidos, suspensão oral e endovenoso - suspensão oral após refeição de alto teor lipídico, - comprimidos podem ser ingeridos com ou sem alimentos (não mastigar) Resistência adquirida é rara. |
Activo contra Aspergillus, Candida, Cryptococos, Trichosporon, fungos
dimórficos e dematiáceos.
Activo contra zigomicetes.
Menor actividade contra Fusarium e Scedosporium.
Endovenoso para profilaxia de aspergilose invasiva e infecção por candida em doente com imunodepressão severa. Comprimidos conduzem a concentrações plasmáticas mais eficazes do que a suspensão (estas apresentações não são intercambiáveis) |
Cimetidina e inibidores da bomba de protões diminuem os níveis
séricos. Como inibidor da CYP-3A4 aumenta
a concentração de anti-histaminicos, anti-epiléticos.
Bem tolerado sem efeitos colaterais significativos.
|
EQUINOCANDINAS
(parentérica)
Resistência adquirida é rara.
|
Activas contra Candida (menor actividade na parapsilosis, lusitaniae
e guilliermondii),Aspergillus.
Inactivas contra Cryptococos e Trichosporon (ambos com pouca
quantidade de beta-glucan na parede), contra fusarium e zigomicetes.
Actividade mínima contra mucorales e dimórficos
Não alcançam o LCR.
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Raras interacções medicamentosas, efeitos adversos ou tóxicos.
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CASPOFUNGINA
Administrar até 14 dias após a cura.
|
Indicada no tratamento da candidiase invasiva em adultos e em
crianças não-neutropénicos.
Indicada como último recurso para a aspergilose não reactiva a nenhum
outro antifungico.
Indicada na terapêutica empírica do neutropénico febril
|
Não se recomenda o uso simultâneo de ciclosporina.
Diminui os níveis séricos de tacrolimus.
Bem tolerada. (flebite em 20%)
Reduzir a dose na insuf. hepática. A insuf. renal não carece de
ajuste na dosagem.
Poucos estudos nos recem-nascidos.
|
ANIDULAFUNGINA
Administrar até 14 dias após a cura.
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Indicada no tratamento da candidiase invasiva em adultos
não-neutropénicos, peritonite e abcesso abdominal.
|
Não é metabolizada no fígado (como é o caso da caspo ou da
micafungina).
Risco de coagulopatia e convulsões, cefaleias.
Inter-age com sulfato de Na, Mg e K. inter-acção minor com a
ciclosporina.
Não necessita de ajuste nos casos em que há insuf. renal ou hepática;
deve ser monitorizada a função hepática.
|
MICAFUNGINA
Administrar durante pelo menos 14 dias e no mínimo 7 dias após a cura ou evidencia de fo fungo no sangue. (parentérica)
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Indicada no tratamento da candidemia em adultos, crianças e recém-nascidos
não-neutropénicos, peritonite e abcesso abdominal.
Indicada para a profilaxia em
receptores de HSCT ou na possibilidade de ocorrer neutropenia por período
superior a 10 dias.
Indicada na candidiase esofágica.
|
Aumenta a concentração sérica de itraconazol e sirolimus.
Efeitos adversos: leucopenia, neutropenia, anemia e trombocitopenia.
Bem tolerada.
(controlar: Axitinib, ivacaftor, lomitapide, nifedipina e sirolimus)
A função hepática deve ser monitorizada durante a terapêutica , perante elevação persistente de AST\ALT deve-se descontinuar a micafungina. |
ANFOTERICINA B DESOXICOLATO
|
Largo espectro de actividade (fungos filamentosos e leveduras)
Excepção: C. guilhermondii e lusitaniae; Scedosporium e Aspergillus
terreus
|
Efeitos colaterais em
Nefrotoxicidade e efeitos relacionados com a infusão.
Infusão contínua ou administração em dias alternados diminui o risco.
Associada à flucitosina com doses mais baixas também diminui os
riscos.
|
ANFOTERICINA B LIPOSOMICA
As fórmulas lipídicas permitem a administração de uma dose maior
levando a uma maior concentração nos tecidos
|
Indicada em infecções sistémicas severas e em micoses profundas
quando o risco de nefrotoxidade contra-indica o uso da anfotericina clássica.
Indicada no tratamento empírico de infecção fúngica em doente
neutropénico.
30% menos na mortalidade comparada com a clássica já que permite doses mais elevadas sem nefrotoxicidade.
|
Nefrotoxicidade diminuída.
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FLUCITOSINA
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Indicada em infecções sistémicas por Candida e Criptococos.
Devidos ao risco de aparecimento rápido de resistência deve ser usada
em associação com outro anti-fúngico.
O seu uso deve ser monitorizado com TDM já que os efeitos adversos
são dose dependente. Aplasia medular com leucopenia e trombocitopenia
Na meningite por criptococos está indicada a associação com anfot. B
liposomica.
Boa penetração intra-ocular e no SNC.
|
São raros se não se ultrapassar os 100 mg.
Náusea, vómitos, hepatotoxidade e supressão da medula são
reversíveis.
Nefrotoxicidade.
Cuidado com o uso concomitante de outros nefrotóxicos e supressores
da actividade medular.
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NOVOS ANTIFUNGICOS à
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FOSMANOGEPIX |
IBREXAFUNGERP |
OLOROFIM |
OPELCONAZOL |
REZAFUNGIN |
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S |
VARIAV |
R |
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Aspergillus fumigatus |
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Aspergillus fumigatus (azol-R) |
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Aspergillus flavus |
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Aspergillus terreus |
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Aspergillus nidulans |
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Aspergillus niger |
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Aspergillus calidoustus |
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Aspergillus lentulus |
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Aspergillus tubigensis |
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Cunninghamella |
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Lichtheimia |
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Mucor |
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Rhizopus |
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Fusarium sp |
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Alternaria alternata |
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Cladosporium spp |
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Paecilomyces spp |
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Purpureocillium lilacinum |
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Scopulariopsis spp |
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Rasamsonia spp |
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Scedosporium spp |
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Lomentosp. prolificans |
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Candida albicans |
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Candida auris |
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Candida dubliniensis |
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Candida glabrata |
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Candida krusei |
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Candida lusitaniae |
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Candida parapsilosis |
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Candida tropicalis |
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Cryptococcus gattii |
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Cryptoc. neoformans |
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Trichosporon asahii |
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Exophiala dermatitidis |
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Malassezia furfur |
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Pneumocystis jirovecii |
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Blastomyc dermatitidis |
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Coccidioides immitis |
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Histoplasma capsulatum |
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Fonsecaea pedrosoi |
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Madurella mycetomis |
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Talaromyces marneffei |
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Phialophora verrucosa |
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J Fungi (Basel). 2020 Sep; 6(3):
122. Published online 2020 Jul 30. doi: 10.3390/jof6030122
Olorofim é uma nova terapia
antifúngica oral desenvolvida para tratar a aspergilose invasiva (IA) e outras
infeções raras por fungos. Olorofim funciona através de um mecanismo de acção
único, diferente das classes de antifúngicos existentes, exercendo uma
atividade fungicida através da inibição da via de síntese da pirimidina.
Olorofim representa a primeira classe de antifúngicos inovadora, desenvolvida
nos últimos 20 anos. (2022/05/16)
Olorofim não é um antifúngico de
largo espectro; no entanto, tem uma novidade significativa: um espectro de atividade
que será relevante no futuro.
Olorofim não exibe atividade
para leveduras, Exophiala dermatitidis, ou Mucorales, e também nenhuma
atividade contra Alternaria alternata [153], mas tem atividade contra vários
grupos de fungos clinicamente importantes, incluindo os fungos dimórficos (por
exemplo Histoplasma e Coccidioides spp.), os hialines hifomicetos (por exemplo,
Aspergillus spp.), e os fungos demateaceos (por exemplo, Scedosporium spp.).
Olorofim é altamente ativo in
vitro e in vivo contra a coccidioidomicose do sistema nervoso central, num
modelo de rato.
Olorofim mostrou excelente
actividade in vitro tanto contra as fases de fungo filamentoso como de levedura
do Talaromyces marneffei, e também contra Madurella mycetomatis, o principal
agente causador do eumycetoma, bem como contra dermatófitos incluindo
Trichophyton spp..
Em virtude do seu mecanismo de acção na enzima alvo, olorofim
tem actividade contra fungos resistentes às opções de tratamento actuais,
incluindo várias espécies que podem ser resistentes a todos os medicamentos
antifúngicos comercialmente disponíveis, tais como Scedosporium apiospermum, L.
prolificans, Rasamsonia spp., Penicillium spp., e Scopulariopsis spp.
(incluindo Scopulariopsis brumptii) .
Olorofim também mantém uma boa
atividade contra A. fumigatus isolados resistentes a azóis, incluindo CYP51A
mutantes activos e espécies crípticas de Aspergillus difíceis de tratar, tais
como A. nidulans, A. tubingensis, A. lentulus, e A. calidoustus. Dos fungos
filamentosos hialinos comuns, olorofim exibe uma boa atividade global contra o
complexo de espécies Fusarium solani e Fusarium oxysporum.
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