blog sobre micologia médica

Patologia Clínica CHUC Coimbra Portugal

Fusarium dimerum keratitis

Artigo publicado: Fusarium dimerum - um caso de queratite.
Artigo publicado: Rinosinusite induzida por Schizophyllum radiatum

Artigo publicado: Chronic invasive rhinosinusitis by Conidiobolus coronatus, an emerging microorganism

Artigo publicado: Antifungals: From Pharmacokinetics to Clinical Practice

TAXONOMIA - ALTERAÇÕES RECENTES - NOVOS NOMES

 CONSIDERAÇÕES SOBRE A TAXONOMIA

Nas  últimas duas décadas as infecções fúngicas   têm vindo a aumentar. Este aumento verifica-se sobretudo nas infecções fúngicas clinicamente mais graves ou nas infecções que ocorrem em doentes mais debilitados já que para as dermatofitoses e infecções muco-cutaneas os cuidados de saúde disponíveis bem como o arsenal terapêutico conseguem prevenir e/ou resolver o problema.

Em simultâneo, a existência de infecções fúngicas por fungos emergentes tem colocado novos desafios ao laboratório de micologia.

A identificação dos fungos pela metodologia tradicional, morfologia macro e microscópica, é, cada vez mais, insuficiente. É necessária uma identificação do género e da espécie do fungo para que haja um correcto uso do arsenal anti-fungico.

As técnicas de biologia molecular, durante estas ultimas duas décadas, têm vindo a passar da área dos laboratórios de investigação para a área dos laboratórios hospitalares graças à redução da complexidade técnica, à simplificação dos equipamentos e também graças à diminuição dos custos da sua execução. 

Hoje em dia a sequenciação dos ácidos nucleicos permite uma correcta identificação da espécie e em breve provavelmente estará disponível na prática diária da maioria dos laboratórios dando resultados em tempo útil.

A quantidade de nova informação disponibilizada pela biologia molecular obrigou a comunidade cientifica a rever a classificação taxonómica de muitos fungos e permitiu esclarecer e justificar alguns comportamentos atípicos de determinadas espécies.

Na tabela que se segue pretende-se evidenciar as alterações mais importantes, sendo certo que o conhecimento dos novos nomes tornará mais fácil a consulta bibliográfica sobre os diferentes microorganismos.

original
tradicional
actual
Hendersonula toruloidea
Scytalidium hyalinum
Scytalidium dimidiatum
Nattrassia mangiferae
Neoscytalidium dimidiatum 
Trichosporon capitatum
Geotrichum capitatum
Blastoschizomyces capitatus
Saprochaete capitata
Magnusiomyces capitatus
Allescheria boydii
Pseudallescheria boydii

Scedosporium boydii
Os 2 só se distinguem a nivel molecular
Scedosporium boydii
Scedosporium apiospermum

Candida krusei
Pichia kudriavzevii 

Candida guilliermondii
Meyerozyma guilliermondii

Candida lusitaniae
Clavispora lusitaniae
Candida pseudotropicalis
Candida kefyr
Kluyveromyces marxianus

Candida pelliculosa
Wickerhamomyces anomalus

C. glabrata
Nakaseomyces glabratus

C. parapsilosis
C. parapsilosis sp complex

Candida lipolytica
Yarrowia lipolytica

Candida famata
Debaryomyces hansenii

Candida norvegensis
Pichia norvegensis

Dreschslera
Não existe, passaram para Bipolaris ou Exserohilum

Ochroconis gallopava
Verruconis gallopava

Scedosporium prolificans
Lomentospora prolificans

Paecilomyces lilacinus
Purpureocillium lilacinum

Penicillium marneffei 
Talaromyces marneffei

Sporothrix schenckii 
Sporothrix schenckii sp complex

Galactomyces candidus
Geotrichum candidum 

Trichophyton terrestre
Arthroderma insingulare

Trichophyton ajelloi
Arthroderma uncinatum

Microsporum fulvum
Nannizzia fulva

Microsporum gypseum
Nannizzia gypsea

Microsporum nanum
Nannizzia nana

Microsporum persicolor
Nannizzia persicolor

Microsporum gallinae
Lophophyton gallinae 

Hendersonula toruloidea Scytalidium dimidiatum
Scytalidium hyalinum
Neoscytalidium dimidiatum

Absidia corymbifera
Lichtheimia corymbifera

Rhizopus oryzae
Rhizopus arrhizus

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