Os fungos são uma parte integrante da biosfera terrestre. Estão amplamente distribuídos em todos os continentes e ecossistemas e desempenham uma diversidade de papéis. A compreensão das ameaças fúngicas aos seres humanos e os principais fatores que para elas contribuem são peças chaves para a atitude terapêutica.
Entre as cerca de 140.000 espécies conhecidas, das cerca de seis milhões de espécies fúngicas na Terra, cerca de 10% ameaçam direta ou indiretamente a saúde e o bem-estar humano.
As principais ameaças incluem o envenenamento por cogumelos, alergias fúngicas, infeções de plantas cultivadas, contaminação alimentar por micotoxinas, e micoses nos seres humanos.
Tem sido identificado um número crescente de fatores com impacto em várias ameaças fúngicas, incluindo demografia humana, distribuição de culturas vegetais, atividades antropogénicas, dispersão de agentes patogénicos, alterações climáticas globais, e/ou as aplicações de antifúngicos e fungicidas agrícolas. Contudo, embora tenham sido desenvolvidos modelos para analisar vários processos de ameaças individuais e de gestão de ameaças, os dados actuais são principalmente descritivos e incompletos, e existem obstáculos significativos à integração dos diversos factores nas avaliações quantitativas precisas das ameaças fúngicas. Com os crescentes avanços tecnológicos e esforços concertados para rastrear os dados espaciais e temporais sobre variáveis climáticas e ambientais; micotoxinas nas cadeias de fornecimento de rações e alimentos; dinâmica da população fúngica nos campos de culturas, populações humanas e animais, e no ambiente; demografia da população humana; e a prevalência e severidade das alergias e doenças fúngicas, a nossa capacidade de avaliar com precisão as ameaças fúngicas irá melhorar. Tais melhorias deverão ajudar-nos a desenvolver estratégias holísticas para gerir as ameaças fúngicas no futuro.
A tabela pretende classificar os fungos relevantes em micologia médica de um modo o mais simplificado possível, utiliza ainda a taxonomia clássica.
Os diversos grupos não obedecem a um padrão único mas o que se pretende é uma ajuda à identificação tanto por critérios positivos quer por critérios de exclusão como o que é feito recorrendo ao grupo "dermatófitos" (praticamente limitados a alguns produtos - pele ,cabelo e unhas).
Recentemente a taxonomia tem vindo a ser modificada com base em estudos de biologia molecular.
Assim novos géneros/espécies passaram a existir:
Pichia kudriavzevii (anteriormente Candida krusei),
Meyerozyma guilliermondii (anteriormente Candida guilliermondii),
Clavispora lusitaniae (anteriormente Candida lusitaniae),
Kluyveromyces marxianus (anteriormente Candida kefyrmondii),
Clavispora lusitaniae (anteriormente Candida lusitaniae), e
Wickerhamulomyces (anteriormente Candida pellosa) anomalias.
C. glabrata e C. parapsilosis são agora reconhecidos como complexos de espécies
De qualquer maneira convém enfatizar que estas cinco espécies
Candida albicans,
C. parapsilosis,
C. glabrata,
C. tropicalis e
Pichia kudriavzevii.
são responsáveis por mais de 95% das infeções humanas.
Os novos géneros classificados em micologia médica passam a ser
Candida Clavispora
Meyerozyma Cyberlindnera
Cryptococcus Diutina
Pichia Debaryomyces
Trichosporon Kluyveromyces
Malassezia Torulaspora
Rhodotorula Wickerhamomyces
Saccharomyces Yarrowia
TABELA CLÁSSICA:
FUNGOS
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RELEVANTES EM MICOLOGIA MÉDICA
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UNICELULARES
LEVEDURAS
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CANDIDA
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ALBICANS
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NÃO
ALBICANS
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GLABRATA
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PARAPSILOSIS
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KRUSEI
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GUILLIERMONDII
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NORVEGENSIS
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LUSITANIAE
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TROPICALIS
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FAMATA
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DUBLINIENSIS
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…
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NÃO
CANDIDA
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CRYPTOCOCCUS
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neoformans,
gattii
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MALASSEZIA
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Pityrosporum
ovale
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TRICHOSPORON
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beigellii,
asahii
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BLASTOSCHISOMYCES
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capitatus
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SACCHAROMYCES
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cerevisiae
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RHODOTORULA
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mucilaginosa,
rubra
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PLURICELULARES
FUNGOS
FILAMENTOSOS
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SEPTADOS
HIALINOS
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ACREMONIUM
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ASPERGILLUS
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CHRYSOSPORIUM
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FUSARIUM
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GEOTRICHUM
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ONYCHOCOLA
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PAECILOMYCES
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PENICILLIUM
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SCEDOSPORIUM
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SCOPULARIOPSIS
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VERTICILIUM
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…
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SEPTADOS
DEMATIACEOS
(COM
MELANINA)
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ALTERNARIA
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CLADOPHIALOPHORA
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CLADOSPORIUM
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CURVULARIA
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EXOPHIALA
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PHIALOPHORA
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SCEDOSPORIUM
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SPOROTHRIX
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STEMPHYLIUM
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ULOCLADIUM
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…
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…
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ZYGOMYCETES
raramente
septados
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RHIZOPUS
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MUCOR
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RHIZOMUCOR
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CUNNINGHAMELLA
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ABSIDIA
(Lichtheimia)
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BASIDIOBOLUS
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CONIDIOBOLUS
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…
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COELOMYCETES
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NATTRASSIA
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mangiferae
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PHOMA
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…
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DIMÓRFICOS
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São fungos com uma fase micelar (filamentosa) e uma fase
leveduriforme.
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HISTOPLASMA
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capsulatum,
duboisii
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COCCIDIOIDES
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Immitis/posadasii
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PARACOCCIDIOIDES
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brasiliensis
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BLASTOMYCES
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dermatitidis
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SPOROTRIX
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schenckii
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DERMATÓFITOS
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São fungos filamentosos com afinidade para as estruturas
queratinizadas dos tegumentos.
A temperatura de incubação em laboratório deve ser 26 oC.
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EPIDERMOPHYTON
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flocosum
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TRICHOPHYTON
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rubrum
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mentagrophytes
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interdigitale
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soudanensis
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tonsurans
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violaceum
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megninii
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...
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MICROSPORUM
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canis
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audoinii
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gypseum
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...
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