blog sobre micologia médica

Patologia Clínica CHUC Coimbra Portugal

Fusarium dimerum keratitis

Artigo publicado: Fusarium dimerum - um caso de queratite.
Artigo publicado: Rinosinusite induzida por Schizophyllum radiatum

Artigo publicado: Chronic invasive rhinosinusitis by Conidiobolus coronatus, an emerging microorganism

Artigo publicado: Antifungals: From Pharmacokinetics to Clinical Practice

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

CUNNINGHAMELLA BERTHOLLETIAE

A Cunninghamella bertholletiae é um fungo hialino não septado (zigomicete). È um fungo muito comum nos países mediterrânicos e nas zonas sub-tropicais.

O seu poder patogénico está associado a trauma e imuno-supressão.

As colónias são de crescimento rápido, a cor é branco-acinzentado.

Ao exame microscópico apresenta esporangióforos simples ou ramificados que terminam em vesículas globosas ou piriformes. Na superfície da vesicula desenvolvem-se denticulos que são as estruturas responsáveis pela formação dos esporos.

Esta estirpe é de colecção.

Colónia com 4 dias de incubação.


Reverso da colónia.



Esporangióforo ramificado.










Esporangióforos simples ou ramificados em várias fases de maturação.




quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ACROPHIALOPHORA FUSISPORA

A Acrophialophora fusispora é um fungo filamentoso dematiaceo (produtor de pigmento escuro) septado.

A A. fusispora só raramente foi associada a patologia humana, esta estirpe é de colecção. Está descrito um caso de abcesso cerebral e pulmonar em criança leucemica, há registos de uveites e queratouveitis.

Ao exame macroscópico as colónias são de crescimento rápido, a cor é cinzento-acastanhada com reverso preto.

Ao exame microscópico os conidióforos nascem, de modo isolado, directamente da hifa quer lateralmente quer na sua porção terminal. Os conidióforos são erectos ou um pouco curvos afunilando em direcção ao apex. No topo dos conidióforos originam-se espirais de fiálides, cada fiálide termina num longo e estreito pescoço dando origem a longas cadeias de conideos castanhos com a forma de limão.

A A. fusispora é neurotrópica pelo que deve ser manuseada com cuidado.

Estirpe gentilmente cedida pela Dr.ª Cristina Toscano do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental


8º dia de incubação em gelose Sabouraud.



11º dia de incubação em gelose Sabouraud.



21º dia de incubação em gelose Sabouraud.















terça-feira, 18 de novembro de 2014

PAECILOMYCES VARIOTII

Estirpe isolada em secreções respiratórias de doente com fibrose quística.

Os fungos pertencentes ao género Paecilomyces são fungos filamentosos (hifomicetes) hialinos septados.

O Paecilomyces variotii está descrito com agente infeccioso causador de pneumonias, sinusites, endoftalmites, otites e infecções dos tecidos moles

Ao exame macroscópico as colónias são de crescimento rápido, apresentam textura granular e cor amarelo-torrado (cor de areia). Em 8 dias preenchem toda a superfície da placa.

Ao exame microscópico os conidióforos formam um aglomerado denso de ramificações verticiladas (à volta de um eixo). Cada ramificação é composta por até 7 fiálides que se dispõem muito próximas umas das outras. As fiálides são cilindricas ou elipsoides e terminam num longo e fino pescoço pescoço que dá origem aos conídeos. Os conideos são formados em longas cadeias, a sua  forma varia de  sub-esféricos a fusiformes e a cor de hialinos a amarela. É frequente a existência de clamidosporos.

Paecilomyces
Cor da colónia
          javanicus
Branco a creme crescimento lento
          lilacinus
Branco a violeta (cresc. rápido)
          marquandii
Branco a violeta
          variotii
Branco a amarelo-torrado (cresc. rápido)
          viridis
Amarelo-esverdeado (cresc. rápido)

A anfotericina B que é inactiva in vitro para o Paecilomyces lilacinus é eficaz para o Paecilomyces variotii. O itraconazol e o posaconazol são os únicos azois com alguma actividade contra o P. variotii. A micofungina e anidulafungina mostram grande actividade com o P. variotii mas não contra o P. lilacinus.

Considerando estes dados duas ilações deverão ser discutidas: a primeira é que é importante a identificação dos microrganismos até à espécie e a segunda é que provavelmente o P. lilacinus e o P. variotii não pertencem ao mesmo género. Adenda - após estudos de biologia molecular em 2011 de Luangsa-ard et al. o P. lilacinus foi classificado como Purpureocillium lilacinum
Cultura em Sabouraud: colónias com 48 horas.



Reverso da colónia.

Sementeira original da secreção respiratória ao fim de 8 dias de incubação. Observa-se, também, uma colónia de A. fumigatus e colónias de fungos leveduriformes.
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outra estirpe

Colónia com 20 dias de incubação.


Reverso da colónia.
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Aglomerado denso de ramificações verticiladas

Cada ramificação é composta por até 7 fiálides

É possível observar um clamidosporo no canto superior esquerdo.


As fiálides são cilindricas ou elipsoides e terminam num longo e fino pescoço pescoço que dá origem aos conídeos. Os conideos são fusiformes e dispõem-se em longas cadeias